O medo bloqueou minha estrada
limitou meu espaço, acorrentou minha alma,
travou meu passo.

O medo cercou minha trilha
enforcou-me num laço
calou minhas palavras, me tornou seu escravo.

O medo matou dentro de mim
uma semente chamada liberdade
aquela que brota com o vento
e semeia a felicidade.

O medo confinou meu ser,
nas entranhas do destino,
num emaranhado como de um arame farpado,
arruinado e desprovido.

O medo me condenou, me batizou
com minhas lágrimas, selou minha boca
cegou minha verdade, esfacelou meu sonho
e amordaçou minha vaidade.

O medo amputou minha força
Esquartejou minha coragem
Esfaqueou meu peito...
Tornou-me um covarde.

O medo escureceu meu brilho
Apagou minhas estrelas
Secou meu riacho
Murchou minha flor
Tornou-me seu capacho.

O medo quebrou o cristal polido,
estilhaçou em mil pedaços minha face
de vidro, não sou mais eu , agora
sou apenas...
cacos perdidos.

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