
Deixa-me amar-te nos meus silêncios
Na calmaria do teu coração que me acolhe
E de onde se desprendem meus sonhos
Em voos etéreos de plena liberdade
Deixa-me amar-te na minha solidão
Ainda que meus labirintos te confundam
E que teus fios generosos de compreensão
Emaranhem-se no tapete dos meus enigmas
Deixa-me amar-te sem qualquer explicação
Na ternura das tuas mãos que me sorriem
Escrevendo desejos em versos despidos
Na minha alva tez que te cobre e descobre
Deixa-me amar-te nos meus segredos
Para que desvendes o que também desconheço
A alma dos meus abismos, onde anoiteço
E os meus olhos adormecem embalados pelo mistério
Deixa-me amar-te nas tuas demoras, longas horas
Em que o meu corpo se veste de céu à tua espera
Enquanto as minhas mãos acendem estrelas
Para alumiar-te, ainda que ausente estejas...
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